sábado, 8 de setembro de 2012

Viver, viver, viver!

 
Red Headed Woman in the Garden of M.Foret, Toulouse-Lautrec, 1887



    "Onde foi - pensou Raskólnikov seguindo adiante -, onde foi que eu li que um condenado à morte, uma hora antes de morrer, pensava e dizia que se tivesse de viver em algum lugar alto, em um penhasco, e numa área tão estreita que só coubessem dois pés - e cercado de abismos, mar, trevas eternas, solidão eterna e tempestade eterna - e fosse forçado a permanecer assim, em pé no espaço de um archin a vida inteira, mil anos, toda a eternidade, seria melhor viver assim do que morrer agora!? Contanto que pudesse viver, viver, viver! Não importa como viver, mas apenas viver!... Que verdade! Deus, que verdade! O homem é um canalha! E é canalha aquele que por isso o chamar de canalha"* - Acrescentou um minuto depois.

*Trata-se de Notre Dame de Paris, de Victor Hugo. (N. da E.)

DOSTOIÉVSKI, F. M. Crime e Castigo. São Paulo: Editora 34, 2001. p. 172.


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